Lemúria
A
Lemúria estendia-se de Madagascar a Ceilão e Sumatra. Incluía algumas partes do
que é hoje a África. Porém o gigantesco continente, que ia do Oceano Índico à
Austrália, desapareceu por completo sob as águas do Pacífico, deixando ver,
aqui e ali, somente alguns topos de seus montes mais elevados. Amplia a
Austrália dos períodos terciários à Nova Guiné e às ilhas Salomão, talvez a
Fidji, e de seus tipos marsupiais inferem uma conexão com o continente do Norte
durante a era secundária. Uma das lendas mais antigas da Índia, conservada nos
templos por tradição oral e escrita, reza que há várias centenas de mil anos,
havia no Oceano Pacífico um imenso continente, que foi destruído por convulsões
geológicas e cujos fragmentos podem ver-se em Madagascar, Ceilão, Sumatra,
Java, Bornéu e ilhas principais da Polinésia. As altas mesetas do Industão, não
estariam representadas senão pelas grandes ilhas contíguas ao continente
central. Segundo os Brahmanes, essa região havia alcançado um alto grau de
civilização e a península do Industão, acrescida pelo deslocamento das águas na
ocasião do grande cataclisma, não fez mais que continuar a cadeia das
primitivas tradições originadas no mesmo continente. Essas tradições dão o nome
de Rutas aos povos que habitavam o imenso continente equinocial; e de sua
linguagem é que derivou o sânscrito.
Durante
os primeiros dias da Lemúria, erguia-se como um pico gigantesco surgido do
fundo do mar, e a área compreendia entre o Altas e Madagascar estava coberta
pelas águas até o primeiro período da Atlântida, após o desaparecimento da
Lemúria, quando a África emergiu do Oceano e o Altas foi submerso pela metade. Os
pormenores quanto à submersão do Continente habitado pela segunda raça raiz
(ver Saint germain - Fraternidade Branca) são algo escassos. Menciona-se a
história do Terceiro Continente, ou Lemúria, mas no tocante aos outros há
simples alusões. Diz-se que a Lemúria pereceu 700.000 anos antes do começo da
chamada era Terciária (período Eoceno). O cataclisma que destruiu o enorme
continente, do qual é a Austrália o principal remanescente, foi ocasionado por
uma série de convulsões subterrâneas e pela violenta ruptura de solo no fundo
dos oceanos. Talvez seja esta a razão por que a ilha de Páscoa, com suas
maravilhosas estátuas gigantescas testemunho eloquente da existência de um
continente que submergiu, com sua humanidade civilizada, quase não é mencionada
nas enciclopédias modernas. Evita-se cuidadosamente fazer-lhe referência, a não
ser em algumas narrativas. Entre a evolução fisiológica final e a construção da
primeira cidade lemuriana transcorreram muitas centenas de mil anos. Sem
embargo, já estavam os Lemurianos, em sua sexta sub-raça, construindo com
pedras e lava suas primeiras cidades rochosas. Uma dessas grandes cidades de
estrutura primitiva foi toda construída de lava, a umas trinta milhas (...) do
sítio e que agora a ilha de Páscoa estende sua estreita faixa de solo estéril;
cidade que uma série de erupções vulcânicas destruiu por completo. Os restos
mais antigos das construções ciclópicas foram obras das últimas sub raças
lemurianas.
Naqueles
dias, frações consideráveis do futuro continente da Atlântida ainda faziam
parte integrante do leito do Oceano. A Lemúria, nome que convencionamos dar ao
Continente da Terceira Raça, era então uma terra gigantesca. Ocupava toda a
área compreendida desde a base dos Himalaia, que a separavam do mar interior,
cujas ondas rolavam sobre o que hoje é o Tibet, a Mongólia e o grande deserto
de Shamo (Gobi), até Chittagong, prolongando - se a Oeste na direção de
Hardward, e a Este até Assam (Annam). Daí se estendia para o Sul, através da
Índia Meridional, Ceilão e Sumatra; e abarcando, no rumo do Sul, Madagascar à
direita, Austrália e Tasmânia à esquerda, avançava até alguns graus do círculo
Antártico. A partir da Austrália, que era então uma região interior do
continente principal estendia - se ao longo do Oceano Pacífico, além de Rapa
Nuí (Ilha de Páscoa). Esta informação parece estar corroborada pela Ciência,
ainda que parcialmente. Quando fala sobre a direção (e movimento) dos
continentes e demonstra que as massas infra - árticas acompanham geralmente o
meridiano, está a ciência referindo-se a vários continentes antigos, embora
indiretamente e como consequência devia existir uma proximidade muito grande
entre a Índia e a Austrália, e em época tão remota que era seguramente
pré-terciária, a Lemúria pereceu, e o que restou dela, ressurgiu mais forte do que nunca, conhecida
como Atlântida.
Também
chamada de Continente perdido de Mu. Trata-se de um antiquíssimo continente que
existia numa área de imensa extensão localizado provavelmente no oceano
pacífico. O Havaí, nos dias atuais, era um local de grande altitude do antigo
continente lemuriano. Em decorrência de ser uma área bastante alta, o Havaí
sobreviveu ao cataclisma que varreu com as águas esse vasto continente. Um dos
maiores pesquisadores antigos a buscar evidências da existência da Lemúria foi
James Churchward, um escritor britânico e autor do clássico “O Continente
Perdido de Mu: Pátria do Homem.” No livro, Churchward afirma ter encontrado
provas documentais da existência de Mu. Apesar da maioria dos cientistas ignorarem
estas descobertas, o autor afirmou ter decifrado antigas inscrições em pedra
cujas citações traziam várias informações sobre a Lemúria. Além de relatar a
existência do continente, essas inscrições, segundo Churchward mencionavam a
sua localização e a sua extensão (9.600 quilômetros de Leste a Oeste, e 4.800
quilômetros de Norte a Sul). Churchward ainda afirma que a civilização da
Lemúria teria existido há cerca de 200.000 anos e seria o berço, ou a pátria-mãe
de toda a civilização humana. O Continente de Mu, ou Lemúria, parece ter
existido na Terra na pré-história, há dezenas ou centenas de milhares de anos.
Alguns afirmam que a Lemúria é ainda mais antiga que essa estimativa.
Consagrados ocultistas como Helena Blavatsky, Rudolf Steiner e Max Heindel
arriscaram-se a redesenhar a história humana trazendo à tona a hipótese da
Lemúria. Para muitos pesquisadores, a Lemúria teria sido contemporânea da
Atlântida, inclusive com a ocorrência de várias guerras sérias e prolongadas
entre os habitantes desses continentes. Fala-se também em várias guerras
mágicas ou psíquicas entre membros dos dois lugares.
A
Teosofia de Helena Blavatsky confirma a existência da Lemúria e declara que
esse continente abrigou uma raça de seres humanos que compunham a chamada
terceira raça-raiz. Diz a literatura Teosófica que a Lemúria foi o primeiro
local onde moraram as primeiras raças que se manifestaram em corpo físico do
planeta. Antes desse tipo humano, existiram mais duas raças que eram apenas
etéreas, ou seja, sem organismo físico. Na “Doutrina Secreta”, Blavatsky afirma
que a raça-raiz lemuriana era hermafrodita nos seus primórdios e que com o
passar do tempo foi se criando a distinção entre macho e fêmea. Blavatsky chama
essa raça de “nascidos do ovo”, pois a princípio os seres se reproduziam por
meio de um ovo. No final do ciclo da terceira raça o homem já possuía a
reprodução sexuada tal como se conhece hoje. De qualquer modo, essas
informações são o resultado de percepção clarividente e até o momento ainda não
foram confirmadas pelas pesquisas com regressão. Encontramos referências na
literatura esotérica e na palavra de clarividentes de que a Lemúria foi o berço
de uma antiga civilização em que os homens possuíam uma ligação mais íntima com
seu eu superior. Dizem os esotéricos que o povo da Lemúria não estava limitado
por qualquer barreira psíquica restritiva no contato direto com os planos
espirituais. Isso era possível por que os lemurianos possuíam corpos etéricos antes
do corpo se tornar denso e material. Dessa forma, a visão clarividente e outros
poderes psíquicos eram de uso corrente para todos eles. Além disso, os
lemurianos estavam plenamente integrados com a natureza e, por este motivo, não
sofriam de doenças como as que conhecemos hoje.
Com
o passar do tempo, porém, parece que essa situação foi se modificando e as
distorções foram se tornando mais frequentes, até que o egoísmo, o orgulho,
desejo de poder e outros defeitos que ainda fazem parte do cotidiano do homem
atual levaram a totalidade do continente de Mu à ruína e à destruição completa.
Diz-se que alguns dos seus habitantes teriam sobrevivido ao grande cataclisma e
migrado para as Américas e outras partes do mundo. Os habitantes de Mu possuíam
seu terceiro olho muito desenvolvido. Os lêmures foram associados à lenda dos
antigos ciclopes: seres com um olho só. Esse olho seria a expressão orgânica da
glândula pineal, uma estrutura material que lhes permitia um grande poder
paranormal, como telepatia, telecinesia, dentre outros. Hoje em dia a glândula
pineal tornou-se uma estrutura interna no cérebro humano e foi gradativamente
atrofiando, pela ausência de uso ou utilização equivocada. Pesquisas modernas,
como as do psiquiatra brasileiro Sérgio Felipe de Oliveira indicam grande
potencial da glândula pineal na mediunidade e na produção de poderes psíquicos.
Embora esses relatos não sejam tão comuns, é possível aos terapeutas de vidas
passadas ver junto aos seus clientes casos em que uma pessoa teve vidas na Lemúria.
Por se tratar de uma existência extremamente antiga, essa memória pode não ser
tão vívida como a memória, por exemplo, de nossa última existência. De qualquer
forma, muitos terapeutas relatam já terem visto casos de pessoas que viveram
nesse misterioso continente. Segundo Hans Tendam, a Lemúria foi o palco de
muitas guerras por poder.
Helen
Wambach, no livro “Recordando Vidas Passadas” afirma que uma pequena amostragem
dos sujeitos que participaram de suas pesquisas relataram vidas na América pré-colombiana
bem antiga. É curioso notar que, segundo Wambach, “Os sujeitos que regressaram
a vidas na América do sul em 2000 A.C. descreveram civilizações que pareciam
muito mais adiantadas”. Um dos sujeitos da experiência relatou o seguinte: “Era
uma civilização muito adiantada e artística. Parece deslocada em quadra tão
remota. Procurei saber a data de minha morte e verifiquei ser o ano de 2031
A.C. Vi com absoluta nitidez o índio que eu era, com meus cabelos pretos e
corridos”. Wambach afirma que vários sujeitos descreveram coisas semelhantes em
sua vida em 2000 A.C. na América. Os relatos também falavam do mesmo tipo de
construção, com grandes templos com pedras lisas, o clima quente e gostoso, uma
escrita simbólica desconhecida e ensinamentos espirituais elevados. Um deles
falou que um dos ensinamentos era da existência de que “O sol espiritual é Deus
ou uma força”. Isso nos remete a crença dos antigos Maias a respeito do
deus-sol, assim como possíveis conexões com o Egito da dinastia do Deus solar.
Wambach completa questionando se por acaso algumas de suas descobertas com o
relatos dos sujeitos não seriam indivíduos originários de continentes desconhecidos,
como a Atlântida ou mesmo a Lemúria, que estariam fundando ali uma nova
civilização. Talvez alguns povos da antiguidade, como egípcios, Maias, povos da
América pré-colombiana e outros tenham como herança comum os continentes
desconhecidos da Atlântida e da Lemúria.
Atlântida
Houve
uma época que o Delta do Egito e a África do Norte faziam parte da Europa.
Antes que a formação do Estreito de Gilbratar e o levantamento ulterior do
Continente alterassem por completo o mapa da Europa. A última mudança notável
ocorreu há uns 12.000 anos, e foi seguida pela submersão da pequena ilha
atlante à qual Platão deu o nome de Atlântida. A destruição da famosa Ilha de
Ruta e da ilha menor de Daitya - que se deu há cerca de 850.000 anos, no fim do
período Plioceno, não deve confundir - se com a submersão do continente
principal da Atlântida, durante o período Mioceno. Os geólogos façam o que
fizerem, não podem reduzir a 850.000 anos somente o tempo que se passou desde o
período Mioceno; na realidade, há vários milhões de anos que desapareceu a
massa principal da Atlântida. E a causa do desaparecimento da Atlântida, foram
as perturbações sucessivas do eixo de rotação. Começou este cataclismo nos
primeiros tempos da era Terciária, e, continuando durante muitas idades,
determinou a extinção, pouco a pouco, dos últimos vestígios da Atlântida, com a
exceção provavelmente de Ceilão, e de uma pequena parte do que agora é a
África. O debate sobre a existência da Atlântida é bem antigo. Desde os tempos
do filósofo Grego Platão, a Atlântida com sua esplêndida civilização, chega aos
dias atuais como um enigma que originou a publicação de aproximadamente 26.000
livros. Teses de caráter geológico, arqueológico e outras tem servido para
aguçar o espírito humano na busca da existência do enigmático continente.
Iremos tratar aqui destas teses, que poderão dar um caráter científico às
nossas buscas. De todas as lendas sobre povos e civilizações perdidas, a
história de Atlântida parece ser aquela que mais interesse tem despertado. A
primeira referência escrita deste mito encontra-se nos relatos de Platão. Nos
diálogos Timeu e Crítias é narrada a fascinante história da civilização
localizada "para além das colunas de Hércules". É descrita a
existência desta ilha continental, bem como os detalhes históricos de seu povo,
com sua organização social, política e religiosa, além de sua geografia e
também da sua fatídica destruição "no espaço de uma noite e um dia”. Eis
parte do diálogo: “... Ouvi, disse Crítias, essa história pelo meu avô, que a
ouvira de Sólon, o filósofo. No delta do Nilo eleva-se a cidade de Sais,
outrora capital do faraó Amásis e que foi fundada pela deusa Neit, que os
gregos chamam Atena. Os habitantes de Sais são amigos dos atenienses, com os
quais julgam ter uma origem comum. Eis por que Sólon foi acolhido com grandes
homenagens pela população de Sais. Os sacerdotes mais sábios da deusa Neit
apressaram-se a iniciá-lo nas antigas tradições da história da humanidade. Na
tradição oral de muitos povos antigos, nos relatos de textos bíblicos, em
documentos toltecas e nos anais da doutrina secreta, existem coincidências que
nos fazem crer que outrora existiu um continente no meio do Oceano Atlântico,
que um dia foi tragado pelas águas revoltas.
Geograficamente,
Platão descreve a Atlântida desta forma: "toda a região era muito alta e
caía a pique sobre o mar, mas que o terreno à volta da cidade era plano e
cercado de montanhas que desciam até a praia, de superfície regular, era mais
comprida do que larga, com três mil estádios na sua maior extensão, e dois mil
no centro, para quem subisse do lado do mar. Toda essa faixa da ilha olhava
para o sul, ao abrigo do vento norte. As montanhas das imediações eram famosas
pelo número, altura e beleza, muito acima das do nosso tempo...". Segundo
todos relatos, os atlantes desenvolveram-se de tal forma, que o grau de riqueza
alcançado por sua civilização não encontra paralelo conhecido, sendo pouco
provável que outros povos viessem a obter tamanha prosperidade e bonança. A
Atlântida possuía 10 reis. Estes soberanos por sua vez possuíam dentro de seus
domínios "um poder discricionário sobre os homens e a maior parte das
leis, sendo-lhes facultado castigar quem quisessem, ou mesmo condená-los à
morte". O país dos atlantes era dividido em 60.000 lotes e cada um deles
tinha um chefe militar. O aspecto que mais fascina no relato platônico é sem
dúvida o que se refere às riquezas da ilha-continente, tanto no que tange às
construções, como aos imensos recursos naturais da legendária ilha. Segundo
Platão, a Atlântida possuía a capacidade de prover seus habitantes com todas as
condições de sustento, apesar de receber de fora muito do necessário,
provavelmente, através do comércio. Havia na ilha grande abundância de madeira
que com certeza foram utilizadas nas imensas obras lá construídas, bem como
imensas pastagens, tanto para animais domésticos, como para selvagens,
incluindo aí a raça dos elefantes, que teriam se multiplicado pela ilha. Por
sua vez, toda sorte de frutos, legumes, flores e raízes existiam ali, sendo que
o fabrico de essências e perfumes era corriqueiro. A extração de minérios, em
particular o ouro, ocorria fartamente em Atlântida. Diz Platão que de início os
atlantes "construíram pontes nos cinturões de mar que envolvia a antiga
metrópole, a fim de conseguir passagem para fora e para o palácio real",
bem como abriram um canal de três plectros de largura e cem pés de
profundidade, ligando o mar ao primeiro cinturão de água, canal este que servia
de entrada para embarcações vindas de outras partes. No segundo cinturão, os barcos
podiam ancorar com maior segurança, e fazia deste uma espécie de porto. As
águas jorravam no centro da ilha, desde que Poseidon assim quis, também tiveram
tratamento dos mais apurados: em suas imediações foram plantadas "árvores
benéficas para as águas”, bem como foram construídas "cisternas para
banhos quentes no inverno". Havia, contudo, locais próprios para os banhos
dos reis, bem como modalidades específicas para as mulheres. Segundo o relato,
"parte da água corrente eles canalizaram para o bosque de Poseidon a outra
parte era canalizada para os cinturões externos por meio de aquedutos que
passavam sobre as pontes”.
Nos
cinturões externos de terra, foram construídos ginásios para práticas
esportivas e hipódromos, bem como moradia para soldados, hangares para barcos e
armazéns para todas as modalidades conhecidas de artigos náuticos. O canal
principal que servia de entrada para embarcações era muito movimentado, tanto
de dia como de noite, o que demonstra ter sido Atlântida um grande centro
comercial de seu tempo. O palácio real era segundo os relatos "uma
verdadeira obra prima de encantar a vista, por suas dimensões e beleza”. O
templo dedicado a Poseidon era cercado por um muro de ouro, que segundo o
relato, ele "tinha um estádio de comprimento e três plectros de largura
para fora, todo o templo era forrado de prata, com exceção dos acrotérios, que
eram de ouro. No interior, a abóboda era de marfim, com ornamentos de ouro,
prata e oricalco”. Havia também no templo estátuas dedicadas a diversas
divindades, bem como outras que homenageavam os reis e suas esposas, além de um
altar cuja beleza e magnificência não encontrava paralelo conhecido. Essa é
resumidamente a Atlântida de Platão, com seus detalhes e maravilhas. Na
conversa que tiveram com Sólon acrescentaram os sacerdotes que calamidades
maiores foram às vezes causadas pelo fogo do céu. Depois os sacerdotes fizeram
saber a Sólon que conheciam a história de Sais a partir de 8000 anos antes daquela
data. Há manuscritos, disseram, que contém relato de uma guerra que se lavrou
entre os Atenienses e uma nação poderosa que existia na grande ilha situada no
Oceano Atlântico, e mais além, no extremo do oceano um grande continente. A
ilha chamava-se Posseidonis, ou Atlantis, quando se deu a invasão da Europa
pelos atlantes, foi Atenas, como cabeça de uma liga de cidades gregas, que pelo
seu valor salvou a Grécia do jugo daquele povo. Posteriormente a estes
acontecimentos houve uma grande catástrofe: um violento terremoto sacudiu a
terra, que foi depois devastada por torrentes de chuva. As tropas gregas
sucumbiram e a Atlântida foi tragada pelo oceano, sempre houve e há de haver no
futuro numerosas e variadas destruições de homens; as mais extensas, por meio
da água ou pelo fogo, e as menores por mil causas diferentes. Nas destruições
pelo fogo, prosseguem os sacerdotes, perecem os moradores das montanhas e dos
lugares elevados e secos, de preferência aos que habitam as margens dos rios ou
do mar, por outro lado, quando os Deuses inundaram a terra para purificá-la,
salvaram-se os moradores das montanhas, vaqueiros e ovelheiros, enquanto os
habitantes de vossas cidades eram arrastados para o mar pelas águas dos rios. Entre
vós outros, mal começais a vos prover da escrita e do resto de que as cidades
necessitam, depois do intervalo habitual dos anos, desabam sobre vós, do céu,
torrentes d'água, maneira de alguma pestilência, só permitindo sobreviver o
povo rude e iletrado. A esse modo, como se fosseis criancinhas, recomeçais
outra vez do ponto de partida, sem que ninguém saiba o que se passou na
antiguidade, tanto aqui como entre vós mesmos.
A
primeira coisa que chama a atenção do pesquisador é a semelhança das
referências antigas nesse particular. Na Bíblia o profeta Isaias fala do
desaparecimento da Atlântida com palavras bastante diretas: "... Ai da
terra dos navios que está além da Etiópia; do povo que manda embaixadores por
mar em navios de madeira sobre as águas. Ide, mensageiros velozes, a uma gente
arrancada e destroçada; a uma gente que está esperando do outro lado, e a quem
as águas roubaram suas terras...” (Is XVIII, 1-2). Também Ezequiel trata do
mesmo assunto nos capítulos XXVI e XXXII: “... Disse o senhor: E fazendo
lamentações sobre ti, dir-te-ão: como pereceste tu que existias no mar, ó
cidade ínclita, que tens sido poderosa no mar e teus habitantes a quem temiam?
Agora passarão nas naus, no dia da tua espantosa ruína, e ficarão mergulhadas
as ilhas no mar, e ninguém saberá dos teus portos; e quanto tiver feito vir
sobre ti um abismo e te houver coberto com um dilúvio de água, eu te terei
reduzido a nada, e tu não existirás, e ainda que busquem não mais te acharão
para sempre...”. As citações do Velho Testamento podem ser comparadas às que traz
escritas um velho códice tolteca, cuja tradução, feita por Plangeon, diz o
seguinte: “: No ano 6 de Kan, em 11 muluc do ano de Zac, terríveis tremores de
terra se produziram e continuaram sem interrupção até o dia 13 de Chen. A
região de Argilla, o país de Mu, foi sacrificado. Sacudido duas vezes, ele
desapareceu subitamente durante a noite. O solo, continuamente influenciado por
forças vulcânicas, subia e descia em vários lugares, até que cedeu. As regiões
foram então separadas umas das outras, e depois dispersas. Não tendo podido
resistir às suas terríveis convulsões elas afundaram, arrastando para a morte
seus 64 milhões de habitantes. Isto se passou 8060 anos antes da composição
deste escrito”. Há 100 milhões de anos atrás, a geografia do planeta era bem
diferente da atual. As massas continentais encontravam-se unidas, formando um
grande continente, cercado pelo mar. Este grande continente conhecido como
Pangéia, desfez-se gradualmente ao longo das eras geológicas, até atingir a
conformação atual. Este fato é reconhecido pela ciência.
Este
processo de separação, se se deu por violentos movimentos tectônicos, às vezes
acompanhados de cataclismas violentos, que se prolongaram por milhões de anos.
Neste período de deslocamento constante das placas tectônicas, se deram
formações de cordilheiras, bem como o desaparecimento de vastas áreas, que
submergiram nos oceanos. O local onde os dois grandes blocos continentais se
desmembraram (Américas a Oeste - Europa, Ásia e Austrália a Leste) encontra-se
demarcada por uma espécie de cordilheira submarina chamada Dorsal
Meso-Atlântica. A Dorsal Meso-Atlântica apresenta inúmeras ramificações, que
praticamente chegam a ligar os dois blocos continentais. Ao longo destas
colinas submarinas, encontra-se uma enormidade de ilhas vulcânicas que vão de
pólo a pólo. Ao norte em plena região ártica temos, as ilhas Pássaros, Jan
Mayen e Islândia, mais o sul pouco acima do trópico de câncer encontramos o
arquipélago de Açores, Ilha da Madeira e Cabo verde, mais ao sul temos Santa Helena
e outras menores; próximo da Antártida destacamos as ilhas de Érebo, Martinica.
Desta forma, Atlântida pode ter se constituído numa destas formações marcadas
por intenso vulcanismo. A tese da separação dos continentes encontra um forte
respaldo na perfeita combinação da costa brasileira com a costa ocidental da
África, que se encaixa como num quebra cabeças, no entanto, no extremo norte,
as peças deste quebra cabeças não se encaixam com clareza, isto pode ser
percebido nos litorais da Escandinávia, Islândia, Groelândia e norte do Canadá.
Entre a costa Norte Americana de um lado e a Europa e norte da África de outro,
existir um grande vazio, como se faltasse uma peça do quebra - cabeças. Teria
então este vazio relação com o Continente da Atlântida, desaparecido no meio do
Oceano? Denomina-se eras glaciais os períodos em que grandes regiões do planeta
estiveram sob um processo contínuo de glaciações, fenômeno este resultante de
causas múltiplas e complexas: movimentos orbitais da terra, continentalidade dos
pólos, elevação de terras, circulações oceânicas, mudanças na composição da
atmosfera e outras.
Ocorreram
na história do planeta diversas fases deste fenômeno, desde o período
pré-cambriano até bem recentemente. No entanto, dado às dificuldades a pesquisa
científica só conseguiu definir de forma minuciosa a última grande glaciação,
que ocorreu durante o pleistoceno. Uma glaciação inicia-se quando após um
rigoroso inverno, a neve acumulada não se derrete totalmente com a chegada do
verão, sobrevivendo até o outro inverno na forma de gelo. Este fato resfria a
região e num acúmulo sucessivo de milhares de anos forma-se uma calota de gelo,
cada vez mais resistente criando impactos de resfriamento cada vez maiores. Há
cerca de 80.000 anos atrás, iniciou-se o último grande avanço das geleiras nas
regiões norte do planeta, tanto na Europa como na América do Norte, sendo que o
fim desta última glaciação deve ter ocorrido entre 20.000 a 10.000 anos atrás. O
fim da Glaciação implica na subida do nível dos Oceanos. Esta última é a data
fatídica da Submersão da Atlântida. Houve um tempo na face terrestre, que os
homens avançaram muito em conhecimento, aprofundando-se em todas as ciências.
Chegaram a realizar viagens espaciais e faziam intercâmbio com todos os
planetas do sistema solar. Sua Sabedoria era muito avançada e já se entendiam
pela Mente. Os Atlantes evoluíram a tal ponto que tinham amplos conhecimentos
das forças da natureza. Eram homens muito avançados, e com grande sabedoria
oculta, praticando a magia em todas as suas formas. Uniram-se em uma grande
nação e fizeram dela um imenso império de Força e Sabedoria. Dizem os anais
secretos que nenhum povo foi tão sábio quanto eles; construíram os maiores
templos de uma esplêndida magnitude e usavam tudo o que era belo e valioso em
suas construções indo buscar os materiais mais sofisticados onde quer que
estivessem.
Elevavam-se
no espaço em busca de uma grandiosidade maior para si e para a sua nação.
Cresceram e multiplicaram-se, aumentando a cada dia o seu poder. Construíram
naves espaciais que permaneciam no espaço em intercâmbios com outras
civilizações e muitas vezes impunham terror às cidades que não lhes agradavam,
destruindo-as com suas forças. Chegaram a neutralizar a própria morte,
conseguiram dominar a matéria. A ciência conseguiu alcançar uma culminância
quase inacreditável. No entanto, tanto conhecimento técnico e científico
acumulado começou a servir a propósitos condenáveis. Dizem que começaram a
criar verdadeiros monstros manipulando genética e cirurgicamente homens e
animais, os centauros e minotauros seriam alguns exemplos destas aberrações. A
Sociedade atlântica se subdividia em duas castas ou classes sociais: A dos
homens-luz ou da face resplandecente (de face amarela), mais espiritualizados,
e a dos idealistas ou de face tenebrosa (de face vermelha). O processo de
degradação moral originou a divisão da nação atlante. Contam os escritos
tibetanos que os Idealistas ou homens de face tenebrosa (praticantes da magia
negra) assumiram o controle político, obrigando os homens-luz a se refugiar nas
montanhas interiores do continente. Contam ainda os escritos arcaicos: “e o
grande rei de Face resplandecente, o chefe de todos os de face amarela,
entristeceu-se ao ver os pecados daqueles de face tenebrosa. Enviou os seus
veículos aéreos (Vimânas) a todos os chefes irmãos os chefes das outras nações
e tribos, com homens piedosos em seu interior, dizendo: preparai-vos. De pé,
homens de boa lei! Atravessai o país enquanto ainda está seco. Os senhores da
tempestade se aproximam. Seus carros se aproximam da terra. Os senhores da face
tenebrosa (os feiticeiros) não viverão mais que uma noite e dois dias nesta
terra paciente. Está ela condenada; e serão submergidos com ela. Os senhores
inferiores dos fogos (os Gnomos e os elementais do fogo) estão preparando suas
Agn Yastras mágicas (armas de fogo construídas por meio de magia). Mas os
senhores de Olhar tenebroso (olho mau) são mais fortes do que eles (os
elementais), que são escravos dos poderosos. Estão aqueles versados em Astra
(vidîa, o conhecimento mágico superior)”. "Que os senhores da face resplandecente
(adeptos da magia branca) procedam de modo que os Vimâvas (veículos aéreos) dos
senhores da face tenebrosa caiam em suas mãos (ou em seu poder) a fim de que
nenhum dos feiticeiros possa, avisados por eles (animais falantes), escapar das
águas”.
NOTA
- os animais falantes eram maravilhosos, feitos artificialmente e de estrutura
mecânica, animados por um Din (elemental). Falavam e davam aviso a seus amos
(os feiticeiros) de todo perigo iminente. Segundo os relatos, somente o sangue
de um homem puro podia destruí-lo.
“Que
os de face amarela enviem sonos (hipnóticos) aos de face tenebrosa. Que eles
ainda lhes evitem (aos feiticeiros), a dor e o sofrimento. Que todos os homens
fiéis aos Deuses Solares (os de face amarela), paralisem todos os homens
dependentes dos Deuses Lunares (os feiticeiros), para que não sofram nem
escapem a seu destino. E que todos os de face amarela deem sua água da vida (o
sangue) aos animais falantes dos magos de face tenebrosa, para que não acordem
os seus amos. É soada a hora, a noite negra está próxima. E o grande rei deixou
pender sua face resplandecente e chorou...”. "Quando os reis se reuniram,
já havia começado o movimento das águas, e as nações já tinham passado sobre as
terras enxutas. Estavam muito além do nível das águas. Seus reis as alcançaram
nas suas Vimânas e as conduziram ao país do fogo e do metal (Nordeste)”. "Choveram
estrelas (meteoros) sobre os de Face tenebrosa; mas eles dormiam. Os animais
falantes (os vigilantes mágicos) não se mexeram. Os Senhores inferiores (os
elementais) aguardavam ordens, mas estas não chegaram porque os seus amos
dormiam. As águas se elevaram e cobriram os vales de um extremo a outro da
terra. As terras altas ficaram e os países para onde migraram os homens de face
amarela e olhar reto (a gente sincera e franca). Quando os senhores da face
tenebrosa despertaram e procuraram suas Vimânas para fugir das ondas que
subiam, viram que tinham desaparecido”. "Alguns magos de face tenebrosa,
mais poderosos, que haviam despertado antes dos outros, perseguiram aqueles que
os tinham despojado. Os perseguidores - cujas cabeças e peitos sobressaiam
acima das águas (magos gigantescos), lhes deram caça durante três períodos
lunares, e finalmente, alcançados pelas águas, foram mortos até o último
homem”.
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