Adam
Weishaupt nasceu Ingolstadt, 6 de fevereiro de 1748 e faleceu em Gota, 18 de novembro
de 1830, ex-jejuíta, professor de Direito Canónico na Universidade de
Ingolstadt, famoso por fundar a "Ordem dos Perfeitos" mais conhecida
como Illuminati, ensinava que existia uma iluminação racional, fora e acima da
fé, acessível a qualquer pessoa, e poderia levar a uma maior perfeição. Nasceu em uma família judia, cujo pai era o rabino Johann Georg
Weishaupt (1717-1753), que morreu quando ele tinha cinco anos de idade. Após a
morte de seu pai, ele ficou sob a tutela de seu padrinho, Johann Adam Freiherr
von Ickstatt que, como seu pai, era um professor de direito na Universidade de
Ingolstadt, diretor de um colégio jesuíta e membro do Conselho Privado. Há
algumas discrepâncias em relação aos vínculos familiares de Weishaupt e
Ickstatt, já que os nomes não coincidirem, o fato é que Ickstatt deixou o
sobrenome Weishaupt quando abandonou a religião judaica.
Ickstatt
era um defensor da filosofia de Christian Wolff e do Iluminismo, e influenciou
o jovem Weishaupt com o seu racionalismo. Weishaupt começou sua educação formal
na idade de sete anos em uma escola jesuíta. Estudou direito, economia,
política, história e correntes como o gnosticismo e a filosofia da Maçonaria
recente. Mais tarde, se matriculou na Universidade de Ingolstadt e formou-se em
1768 aos 20 anos de idade com um doutorado de direito. Alguns autores defendem
que no ano de 1771 conheceu um comerciante dinamarquês chamado Franz Kolmer,
que o introduziu às práticas mágicas do Egito e as doutrinas maniqueístas
anti-religiosas, provocando na mente do jovem Weishaupt um espírito anarquista
e de pouca tolerância para a religião.
Em
1772, se tornou professor de direito civil e canônico na Universidade de
Ingolstadt. Muito rapidamente a concepção liberal de Weishaupt entrou em
conflito com os jesuítas, no entanto, pela dissolução da Companhia de Jesus
pelo Papa Clemente XIV em 1773, Weishaupt se tornou reitor da Faculdade de
Direito da Universidade, uma posição que era realizada exclusivamente pelos
jesuítas até aquele momento. No ano seguinte, casou-se com Afra Sausenhofer de
Eichstätt sem a aprovação de Ickstadt. Em 1775, Weishaupt foi apresentado a
filosofia empírica de Johann Georg Heinrich Feder da Universidade de Göttingen.
Ambos Feder e Weishaupt se tornariam mais tarde os adversários do idealismo
kantiano.
Decidido
a fundar sua própria ordem, em 1 de maio de 1776, Weishaupt a nomeou a
"Ordem dos Perfeitos" adotando o codinome de "Irmão
Spartacus", alegando ser um libertador da consciência humana, arrebatando
o homem de dogmas e religiões que os escravizavam. Embora a Ordem não fosse igualitária
ou democrática, sua missão era a abolição de todos os governos monárquicos e
religiões de Estado na Europa e suas colônias. A associação era uma rede bem
elaborada de espiões e contra espiões. Cada célula isolada de iniciados
relatava a um superior, a quem não conhecia, uma estrutura partidária que foi
efetivamente adotada por alguns grupos posteriormente. Ele escreveu: Eu não
trouxe o deísmo a Bavaria mais do que em Roma. Achei isso aqui, em grande
vigor, mais abundante do que em qualquer dos estados vizinhos protestantes.
Tenho orgulho de ser conhecido pelo mundo como o fundador dos Illuminati.
Decepcionado
com os poucos membros com que contava sua ordem, procurou a ajuda de um de seus
seguidores, o barão protestante Adolph von Knigge (Philos), que deu um impulso
para a sociedade, vindo a criar lojas na Alemanha, França, Áustria, Itália,
Suíça e Rússia. Weishaupt foi iniciado na Loja Maçônica Theodor zum guten Rath,
em Munique em 1777. Seu projeto como iniciado era de iluminação, iluminando a
compreensão pelo sol da razão, que irá dissipar as nuvens da superstição e do
preconceito. Assim era sua reforma desejada. Logo tinha desenvolvido mistérios
gnósticos de sua autoria, com o objetivo de "aperfeiçoamento" da
natureza humana através da reeducação para conseguir um estado comunal com a
natureza, liberto de governo e das religiões organizadas. Ele começou a
trabalhar para integrar seu sistema de Iluminismo com a Maçonaria.
Suas
preocupações ideológicas o levaram a aderir à Maçonaria, na tentativa de usa-la
para seus fins. Basicamente, seus fins eram transformar a Maçonaria em algo
além do que simples encontros sociais. O racionalismo radical de Weishaupt e
seu vocabulário não era suscetível de ter êxito naquele momento. Escritos que
foram interceptados em 1784, foram interpretados como sedicioso, e a sociedade
foi proibida pelo governo de Karl Theodor, Eleitor da Baviera, em 1784. Em 22
de junho de 1784, as autoridades políticas e religiosas da Baviera, deram
ordens para perseguir os membros dos Illuminati. Desbaratada sua sociedade,
Weishaupt e sua família fugiram para Gota, na Saxónia. Foram perseguidos já que
foi encontrada uma documentação na casa de Weishaupt que planejava dominar
todas as facetas da Maçonaria, para derrubar as monarquias da Europa e destruir
a Igreja Católica com os mesmos métodos usados pelos jesuítas para se defender
dos protestantes.
Recebeu
o apoio do duque Ernesto II de Saxe-Gota-Altemburgo (1745-1804), e viveu em
Gota escrevendo uma série de obras sobre o Iluminismo, incluindo Um histórico
completo da perseguição dos Illuminati da Baviera (1785), Uma imagem do
Iluminismo (1786), Um pedido de desculpas para os Illuminati (1786), e Sistema
melhorado de Luzes (1787). Adam Weishaupt morreu em Gota em 18 de Novembro de
1830, renegando sua fé católica em seu leito de morte. Provavelmente a figura
de Adam Weishaupt esta junto com as de Hiram Abiff e de Jacó de Molay, uma das
três mais representativas na história das sociedades secretas.
Adam
Weishaupt foi um dos primeiros maçons a abordar questões religiosas e políticas
dentro das lojas, razão lhe rendeu muitos inimigos dentro da Maçonaria,
incluindo os mais altos organismos internacionais maçônicos de então. Talvez
esse fato seja a causa de que seu nome não aparecer na lista das grandes
celebridades que fizeram parte desta sociedade. Weishaupt é visto de diferentes
perspectivas pelos historiadores, alguns argumentam que era uma pessoa
obstinada que carecia de faculdades mentais, outros que criou sua sociedade
para salvar a sua cadeira, enquanto alguns vêem como uma pessoa que amava os
jesuítas e queria que a sobrevivência destes pelos Illuminati. No entanto, é
considerado por muitos, com ou sem razão, como um dos fundadores do anarquismo
e da conspiração maçônica que lançou as bases dos movimentos políticos que
levaram à origem da independência dos Estados Unidos, a Revolução Francesa e a
emancipação em muitas colônias europeias. Da mesma forma, Weishaupt é
considerado como um dos maiores expoentes do ateísmo, e, de acordo com o escritor
John Robinson, como o autor da maior conspiração de todos os tempos.
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